Os preços da eletricidade vão oscilando mas é certo que representam sempre uma grande fatia no orçamento das famílias. No entanto, há truques que ajudam a reduzir a conta ao final do mês. E há investimentos que podem ser feitos. Ainda que representem mais custos no imediato, a médio e longo prazo, a carteira vai agradecer. Desligar lâmpadas ou aparelhos em standby são dicas conhecidas mas às vezes esquecidas. E outras não são tão óbvias.
Tarifa e potências
A escolha correta da tarifa e da potência contratada é uma das formas mais eficazes de reduzir os custos mensais com energia. Em Portugal pode escolher-se tarifa simples, em que o preço do kWh é sempre o mesmo, independentemente da hora do dia, o que é ideal para quem tem um consumo constante ao longo do dia. Mas para quem consome em períodos específicos pode escolher a tarifa bi-horária ou tri-horária, em que o preço varia conforme a hora. Importa também rever a potência contratada. Se tem uma potência demasiado alta para as suas necessidades, está a pagar mais sem qualquer vantagem.
Mudar hábitos de consumo
Mudar os hábitos de consumo é também um dos primeiros passos para poupar na conta da eletricidade. Uma das mudanças passa por desligar os aparelhos em standby. Televisões, boxes, carregadores ou consolas continuam a gastar energia mesmo que estejam desligados. Pode, para isso, usar-se fichas com interruptor, por exemplo. Além disso, deve evitar-se usar os eletrodomésticos em hora de ponta (no caso da tarifa bi-horária) e também fazer o básico: desligar as luzes quando se sai de um espaço ou baixar o brilho da televisão e do monitor do computador.
Saber usar eletrodomésticos
Usar os eletrodomésticos que temos em casa de forma inteligente é mais uma forma de a fatura da luz “emagrecer” ao final do mês. No caso das máquinas de lavar roupa ou loiça, é importante que se usem apenas com carga completa e, se for possível, em programas económicos ou de água fria. Já no caso do frigorífico, é importante verificar as borrachas vedantes e evitar abrir as portas muitas vezes. Evitar o secador de roupa é importante e, no caso do termoacumulador, há programas para funcionar nas horas mais baratas.
Eficiência energética
Outra dica importante: apostar na eficiência energética. O primeiro passo é mudar para lâmpadas LED, uma vez que consomem até menos 80% que as lâmpadas incandescentes e fazem o mesmo efeito. No que toca aos eletrodomésticos, sempre que possível deve optar por comprar os de etiqueta A ou superior. Ainda que sejam mais caros, a médio prazo acabam por compensar. Outra questão a ter em conta é isolar bem a casa porque, ao fazê-lo, vai reduzir a necessidade de usar aquecedores e ar condicionado.
Fontes renováveis
O recurso às fontes renováveis é uma das formas mais sustentáveis e eficazes de reduzir os custos a médio e longo prazo. A mais conhecida é a instalação de painéis fotovoltaicos que convertem luz solar em energia e armazenam o excedente. Traz uma redução direta na fatura da eletricidade e faz com que seja possível reduzir a dependência da rede elétrica. Além disso, é importante saber que há apoios e incentivos do Estado e da União Europeia para o investimento neste tipo de energia.
Temperatura ideal
Manter a temperatura ideal dentro de casa é um dos primeiros passos para reduzir o consumo de eletricidade. No inverno, a temperatura deverá ser de 18.º a 20.º durante o dia e 16.º de noite (com cobertores adequados). No verão de 24.º a 26.º é suficiente. Cada grau a menos ou a mais pode aumentar o consumo energético entre 7 a 10%. O isolamento térmico e o aproveitamento da luz solar ajudam a manter a temperatura certa.
Decoração da casa
Ainda que pareça estranho, a decoração da casa pode ter influência na conta da luz. Quando pintar as suas paredes deve optar por cores claras, que refletem mais luz – branco, bege ou cinza claro são uma opção. Vai precisar de menos iluminação artificial durante o dia. Além disso, colocar espelhos estrategicamente (como em frente a janelas, por exemplo), ajuda a espalhar a luz natural por toda a divisão. Este truque também funciona com móveis brilhantes ou acabamentos em vidro. É ainda possível usar cortinas e estores inteligentes, leves e translúcidos que deixam entrar luz natural e evitam o uso de lâmpadas durante o dia. Já os tapetes e tecidos grossos ajudam a manter a casa mais quente no inverno.
Tarifa social
Para as famílias com baixos rendimentos ou em situação de vulnerabilidade económica, existe a tarifa social, uma redução que, em 2025, consiste em 33,8% de desconto sobre as tarifas de acesso às redes. Isto deverá traduzir-se numa poupança real de 10 a 20 euros por mês dependendo, claro, do consumo. E não é preciso pedir, este ‘desconto’ é aplicado automaticamente, consoante o rendimento anual bruto do agregado familiar, ou se recebe algum apoio como RSI, CSI, entre outros.
Mudar mentalidades
Parece fácil mas não é assim tanto. Mudar mentalidades também ajuda a poupar na conta da luz. Fazer leituras reais do contador é uma delas – ajuda a controlar melhor o consumo. Pode também envolver toda a família uma vez que o hábito de poupança é mais eficaz se todos contribuírem de igual forma. Importante ainda consultar a fatura com atenção todos os meses uma vez que só assim é possível identificar aumentos de consumo que não tenha feito e agir com a maior celeridade possível.